quinta-feira, março 15

Nunca é tarde para COMEÇAR


Agachar e levantar, puxar e empurrar, caminhar em superfícies acidentais, mudar um móvel pesado de lugar ou levantar ua criança. Pouca gente consegue consegue fazer todas essas coisas sem que as "engrenagens" do corpo reclamem, porque são ações dissociadas do cotidiano.
Imagine então a dificuldade de quem já passou dos 60 anos, quando o peso dos anos e a falta de exercícios comprometem aspectos fundamentais como agilidade, equilíbrio, coordenação, reflexos e a própia disposição de viver. Para a turma da terceira idade, mois do que qualquer outra, ginástica só se for de resultado = e não necessariamente estético: reduzir o prejuízo dos anos é que realmente importa.
É por isso que um progarma de condicionamento físico chamado de treinamento funcional extrapolou o horizonte dos malhadores. Fez sucesso no Exército dos EUA e acabou ganhando adeptos de todas as idades, entre eles o ex-piloto Emerson Fittipaldi, 55.
"Ele é inovador e eficiente porque trabalha movimentos naturais do ser humano. Melhora o corpo como um todo, flexibilidade, concentração e equilíbrio. Os exercícios têm ajudado meu desempenho no wakeboard, mau atual esporte favorito", diz Emerson, que desde agosto passado faz duas aulas semanais.
Há, por exemplo, acessório para treinar o movimento de erguer objeto do chão e colocar de volta, outro que simula o ato de abrir e fechar duas portas de armário simultâneamente, um terceiro para para se sentar e levantar de uma superfície com pouca estabilidade. Até agora, foram desenvolvidos 700 movimentosdiferentes para tornar as sessões variadas e motivadoras.
"Qualquer atividade física traz benefícios, mas numa ginástica comum as maiores necessidades não são supridas, porque os exercícios não são direcionados", acredita Ricardo D'Elia, dono da primeira academia que trouxe o treinaatuaisfuncional ao país.
"Eu me sentia titubeante", descreve o aposentado André Girelo,80, que há pouco mais de dois anos sofria para andar e descer escadas. Com 11 kg a mais do que os atuais 74 atuais. André começou caminhando no parque três vezes por semana. Depois chegou ao treinemento funcional: "Sinto as pernas mais firmes e não tenho mais medo de subir ou descer escadas".
As atividades podem mudar de nome, mas a conclusão é uma só: as academias e profissionais de Educação Física estão cada vez mais de braços abertos aos vovôs e vovós. Prova disso são os pacotes especiais para a terceira idade.
E quem acha que studios e academias e óculos de lentes grossas não combinam deve reavaliar os motivos para encarar uma sala de musculação. Além do ganho de peso, a jdade traz perda de massa óssea e muscular e piora da condição cardiovascular, deixando caminho livre para doenças cardíacas, osteoporose, constipação intestinal, tendência a trombose nas veias das pernas, derrames, diabete, falta de resistência imunológica a infecções e tumores e risco maior de fraturas.
Outro fator positivo apontado pelos profissionais é a sociabilização que a convivência numa academia proporciona.André Girello, por exemplo, enfrentava um tratamento contra a depressão. "Foi difícilperder minha mulher após 60 anos de convivência", conta. O ambiente jovem da academia acabou se revelando um poderoso antidepressivo. "Não faço discriminação, mas prefiro papo de jovem a de velho, isso me da ânimo", afirma.
Antes de se matricular numa academia, porém, é preciso escolher um lugar que ofereça assistência apropiada, com preocupação de adaptar exercício à necessidade e à capacidade de cada aluno. "Nessa fase da vida, as pessoas são muito diferentes umas das outras. Raramente há regras gerais que sirvam para todo o mundo", diz Wilson Jacob Filho, diretor de geriatria do Hospital de Clínicas.

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